Compositor brasileiro que acusou a cantora Adele de plágio, Toninho Geraes vai processar a artista britânica. Em entrevista ao Fantástico, da TV Globo, o autor de Mulheres (1995) falou sobre a semelhança entre a sua obra e Million Years Ago (2015), creditada a Greg Kurstin.

— Eu não quero brigar, só quero que reconheçam que a minha música está dentro da obra dela — afirmou ele.

Advogado responsável pela ação de Toninho, Fredímio Biasotto Trotta, explicou que apesar de Million Years Ago ter sido lançada seis anos atrás, o artista só a ouviu em 2020. Foi o músico Misael da Hora, filho do maestro Rildo Hora e que orquestrou a gravação de Mulheres, que ouviu a execução da canção de Adele em uma festa.

— Não fosse o Misael da Hora ter ouvido numa festa uma execução da canção e imediatamente presumido se tratar de uma versão (autorizada) da obra original, é bem possível que o Toninho até hoje não soubesse da existência do plágio — afirmou Trotta.

Além disso, o advogado explicou que já enviou três notificações A primeira foi feita ainda em fevereiro, para a Sony Music, que afirmou que o caso deve ser tratado diretamente com Adele e sua gravadora no Reino Unido, a XL Recordings. Depois disto, eles tentaram contato com os britânicos por duas vezes em maio, mas não obtiveram nenhuma resposta. Agora, Toninho deve exigir ser creditado como coautor, ter direito de receber royalties e receber indenização por danos morais.

Laudos técnicos com três peritos musicais foram encomendados pela equipe do compositor. O primeiro resultado deve sair ainda nesta semana. Depois, devem ser reunidos comentários e depoimentos do público sobre a semelhança entre as músicas e, então, Toninho vai entrar com a ação principal.

— Não creio que tenha sido obra só da Adele. Para mim, há impressões digitais muito fortes aí do Greg Kurstin, produtor premiado (por trabalhos com Paul McCartney, Sia, Pink, Foo Fighters e Adele), estudioso da música brasileira — diz o advogado.

No Twitter, Kurstin já demonstrou várias vezes ser um conhecedor da música brasileira. Um mês após receber notificação extrajudicial do advogado de Toninho, ele compartilhou o samba Coração Vulgar, interpretado em 1969 por Paulinho da Viola e Maria Bethânia. Além disso, ele já retuitou um vídeo de Gal Costa e uma foto de Naná Vasconcelos.

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Já no Spotify, Kurstin publicou em seu perfil uma biografia contando que, após mudar-se para Nova York, passou a estudar a música brasileira e chegou a tocar berimbau. No texto, afirma que o fato “influenciou grande parte do ecletismo que definiu sua carreira”. 

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*Gauchazh

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