Em junho de 2017, Zé Neto e Cristiano afirmaram que existia a dupla “antes e depois da música ‘Seu Polícia’”. É aquela da história de um rapaz conversando com um policial e dizendo que “Sofrimento é mato, coração em pedaço”. A faixa dominou as rádios no primeiro semestre daquele ano.
Um ano depois, veio “Largado às traças”. E ela conseguiu um feito: chegou aos primeiros lugares do top 50 Brasil no Spotify e do hot 100 das rádios brasileiras.
No YouTube, o clipe está quase superando “Seu polícia”. Tem 216 milhões de visualizações em três meses contra 225 milhões em três anos.
“A gente acreditava muito na música. Era uma aposta, mas não do jeito que foi, tão grande”, diz Cristiano. “A ‘Seu polícia’ é de outra era de Zé Neto e Cristiano. Já ‘Largado às traças’ chega em uma nova fase, mais projetada, em que conhecem mais a gente. Nunca tivemos esse número tão crescente. É uma nova era”.
A dupla canta sobre ficar bêbado ouvindo “modão”. O personagem da letra canta sobre beijar copo, abraçar garrafa e arrastar chifre no asfalto.
“Largado às traças” foi lançada com um EP, programado para ser uma prévia de “Esquece O Mundo Lá Fora”, o terceiro DVD dos meninos. Gravado em março, no Espaço das Américas, em São Paulo, o disco tem 21 músicas e será lançado na sexta-feira (18).
“Nós lançamos o EP na intenção de fazer as pessoas conhecerem as músicas do DVD. É muito ruim subir no palco e não conhecerem as músicas, fica aquele clima frio”, conta Cristiano.
Todo mundo acústico
A nova era da dupla não se reflete apenas na música, mas no formato. O EP ganhou vídeos em formato acústico. Ficou bem longe das grandes produções, como no último DVD “Um novo sonho”, gravado no Parque de Exposições de Cuiabá e diante de 20 mil fãs.
Já o novo projeto tem um pé lá e outro cá. Recebeu um público de 8 mil pessoas, mas num palco bem menor e com uma levada mais intimista, como é a nova tendência do mercado sertanejo.
“Nada mudou sobre essas produções, mas entramos em uma fase que começou a perder a necessidade disso. O Wesley Safadão disse uma vez que todo artista precisa ter um mega DVD, que foi o nosso de Cuiabá. Embora o de São Paulo tenha sido maravilhoso também, foi mais tímido, menor, com menos público, menos estrutura”.
“Mas a gente sempre fez DVD grande porque era necessário. Quando a gente começa no sertanejo, as pessoas não conseguem vincular nossa imagem com nossa música. Então precisa linkar essa imagem. E também pelo glamour do mercado, né?”, confessa Cristiano.
Para o cantor, “a melhor parte” do formato menor é a enxugada nos gastos, que ajuda a lidar com a crise. “O nosso mercado foi um dos menos afetados pela crise. Mas afetou”. Ainda assim, ele garante que a dupla Zé Neto e Cristiano tem feito de 23 a 26 shows ao mês.
https://g1.globo.com/pop-arte/musica/noticia/ze-neto-e-cristiano-levam-largado-as-tracas-ao-topo-das-paradas-e-mostram-forca-do-sertanejo-acustico.ghtml