No início dos anos 2000, Avril Lavigne atingiu sucesso suficiente para que pudesse tirar cinco anos sabáticos quando resolvesse. No entanto, foi por conta de uma tragédia que ela precisou se afastar da música a contragosto.

Em 2014, a cantora foi picada por um carrapato e contraiu Doença de Lyme, que causa dores musculares severas, paralisia da face e palpitações cardíacas. Inicialmente, a cantora ficou tão abatida com o diagnóstico que cogitou nunca mais voltar aos palcos e aos estúdios novamente.

Havia medo de a voz não voltar a ser a mesma e até de não ter condições físicas de sair em turnê pelo mundo. Junto com isso, veio a separação do marido Chad Kroeger, líder do Nickelback — que, se serve de consolo, ao menos foi amistosa.

Essa sucessão de problemas e rupturas serviu como um material real para que Avril explorasse em letras de seu novo disco, Head Above Water, o primeiro em cinco anos.

A faixa-título é basicamente uma oração e surgiu quando a cantora sofreu com dificuldades para respirar por conta da enfermidade. Foi quando ela pediu para que Deus mantivesse “a cabeça dela acima da água”. “Eu tinha aceitado que ia morrer. Eu senti, naquele momento, que eu estava embaixo d’água, tentando ir à superfície respirar”, contou em entrevista à Billboard.

Produzida pelo ex-marido, foi a primeira canção que Avril registrou após se recuperar. “Eu estava muito nervosa, achei que minha voz não sairia ou estaria diferente. Mas Deus olhou para mim e disse: ‘Não, você vai continuar fazendo música’. A parte boa de tudo isso, dessa doença, é que eu pude aprender a ser presente, a não ser um robô que vai de turnê a disco, de disco a turnê”, completou.

Doença motivou letras e músicas de novo projeto

Doença motivou letras e músicas de novo projeto

Embora a doença ainda faça a saúde de Avril piorar relativamente em alguns momentos, a cantora admite estar melhor. E como cantora ela também está melhor, mais versátil e até mais madura.

Se em outros discos, Avril manteve o foco quase sempre em músicas que celebram a juventude, as festas e o pop mais radiofônico, neste ela fala sobre objetificação das mulheres em Dumble Blond (parceria com Nicki Minaj que lembra Hollaback Girl, de Gwen Stefani) e arrisca até mesmo gravar uma baladas soul que poderiam integrar facilmente discos de Chiristina Aguilera ou Ariana Grande (Tell Me It’s Over e Crush são os principais exemplos).

Com isso, ela deixa definitivamente no passado a imagem da cantora de pop punk que falava sobre amores adolescentes e tenta acompanhar também o envelhecimento do seu público, que muito provavelmente já não se apaixona mais por skatistas.

“Quando você passa por algo como o que eu passei, você percebe quem são seus amigos de verdade, porque muita gente foi embora quando eu deixei de ser a ‘garota festeira. Eu tenho passado muito tempo com a minha família e estou namorando”, concluiu em declaração para a Entertainment Weekly.

*R7

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *