Depois de ter agitado o palco do Rock in Rio na sexta-feira passada, e o Morumbi, no domingo, o Iron Maiden levou os fãs do Sul do País ao êxtase, com uma apresentação espetacular na noite desta quarta-feira na Arena do Grêmio – e não foi para menos. Os músicos da Donzela de Ferro são super exigentes com eles mesmos, e em 1h55min de apresentação desfilaram clássicos de quase todos os 44 anos de carreira para mais de 40 mil pessoas. A turnê atual, “Legacy of the Beast”, está divulgando o game de mesmo nome lançado pela banda.

A abertura do show ficou a cargo dos gaúchos da Rage in My Eyes, divulgando em uma apresentação curta, mas competente, o seu novo trabalho, o disco “Ice Cell”. Depois, vieram os britânicos do The Raven Age – aí a galera já estava impaciente, querendo que chegasse logo às 21h, e o Iron Maiden adentrasse o palco.

Então as luzes se apagaram e começou a tocar nos alto-falantes a clássica “Doctor, Doctor”, do disco “Phenomenon” (1974), da banda UFO. Era a senha para a entrada triunfal de Bruce Dickinson (vocal), Steve Harris (baixo), Dave Murray, Adrian Smith e Janick Gers (guitarras) e Nicko McBrain (bateria), que atacaram logo de cara com “Aces High”, do “Powerslave” (1984), com direito a avião da Segunda Guerra no palco.

Aos 61 anos, Bruce é incansável como frontman. Corre, canta, troca o figurino, duela com o mascote Eddie, brinca com a plateia. E isso que há apenas quatro anos, ele teve um câncer na garganta. Além de “Powerslave”, os discos mais privilegiados na apresentação foram o “Piece of Mind” (1983), que teve músicas como “Where Eagles Dare”, “Revelations”, “Flight of Icarus” e “The Trooper” (pena que a banda não tocou a minha favorita, “To Tame a Land”), “The Number of the Beast” (1982), “Fear of the Dark” (1992), que arregimentou uma nova geração de ironmaniacos, com seu refrão grudento. 

O Iron Maiden ainda tocou duas da fase que contou com Blaze Bayley nos vocais, entre 1993 e 1998 (“Sign of the Cross” e “The Clansman”). E sobre tocar: você assiste ao show do Iron Maiden, e tem a impressão de estar escutando os discos de estúdio, de tão perfeitas que são executadas as canções. O final foi com “Run to the Hills”, e eu não queria que terminasse. Aguentaria tranquilo mais umas duas horas. E pensar que a banda já visualiza em seu futuro próximo a aposentadoria – o batera Nicko McBrain já está com 67 anos, e os demais integrantes também já passaram dos 60 anos!!! Vamos ficar órfãos.

*Correiodopovo

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