O Ira! lançou um novo disco nas plataformas digitais. Batizado apenas de Ira (sem o acento de exclamação), esse é o primeiro álbum de músicas inéditas da banda paulistana em 13 anos.

O álbum também marca o retorno ao estúdio da dupla Nasi e Edgard Scandurra após brigas entre os integrantes, que geraram o fim da banda, em 2007. A volta do grupo aconteceu em 2014, com o vocalista e o guitarrista à frente de uma nova formação. Agora, além dos parceiros de início, fazem parte da banda o baterista Evaristo Pádua e o baixista Johnny Boy.

Quanto ao novo disco, os fãs podem ficar tranquilos. Segundo Nasi, as dez faixas de Ira não vão decepcionar o público.

— Esse é um disco com uma sonoridade bem ao vivo. E o álbum ainda tem todas nossas influências e marcas registradas. É um trabalho bem ao estilo do Ira!

Edgard Scandurra também explica o motivo de a banda divulgar o recente disco, mesmo em quarentena, no momento que o Ira! está longe das turnês.
  
— A pandemia deu um “apagão” em nossa comunicação. E estamos cientes que o mundo está se transformando e que, talvez, nada mais será como antes. Já o álbum não podia esperar a quarentena acabar para ser lançado. Apesar de atemporais, as músicas precisam ser mostradas para as pessoas… Para isso que são feitas. E, não podíamos esperar mais, depois de 13 anos desde o CD Invisível DJ.

Confira os destaques da entrevista do R7 com o Ira!:

NOVA FASE

“Estava na hora de mostrarmos a nova formação da banda. O talento de Jonnhy Boy e Evaristo Pádua (baixista e baterista, respectivamente) e também nossas novas canções, depois de 13 anos sem nada inédito. O Nasi me pediu novas músicas e eu as fiz, pois queríamos um disco inédito. E nosso público também esperava por isso.” (Edgard Scandurra)

MARCA REGISTRADA

“Esse é um disco com uma sonoridade bem ao vivo. Talvez ele não tenha tantas camadas de instrumentos como outros trabalhos do Ira!, então dá uma sensação de você ouvir a banda tocando no palco. E o álbum traz todas nossas influências; do movimento mod inglês, bandas como The Who, The Jam, Small Faces… Uns climas punk e pós-punk. Além disso, temos baladas com a forma que a banda aborda temas como o amor. São marcas registradas do grupo. É um disco bem ao estilo do Ira!.” (Nasi)

AMADURECIMENTO

“Na minha opinião, esse é o disco mais adulto do Ira! Temos quase 60 anos e 40 de história, então isso faz a diferença. Acho que esse álbum também tem uma sonoridade nova, mais próxima das performances ao vivo… E ainda temos cordas e tímpanos (percussão) tocados em diversas canções, instrumentos não usais em nossos outros trabalhos.” (Edgard Scandurra)

PANDEMIA

“Todas as músicas foram feitas antes da pandemia. Na verdade, a gente acabou de gravar o disco no final de 2019, sem noção do que viria pela frente. Mas isso não contaminou, digamos assim, as composições e climas do disco. Músicas, principalmente, como O Homem Cordial Morreu e Mulheres à Frente da Tropa falam dos ares que ainda vivemos no momento. É sobre esse quadro de intolerância que sofremos no Brasil e no mundo. Isso deve ser combatido.” (Nasi)

LIVES

“Eu creio que as lives funcionam como uma nova linguagem, onde avanços tecnológicos podem ser uma forte ferramenta de comunicação entre artista e público. Eu tive uma experiência maravilhosa em uma live para o Sesc SP. Acho que precisamos de uma tecnologia que permite que possamos tocar à distância, sem por em risco a saúde das pessoas envolvidas. Mas precisamos voltar à estrada, pois uma banda é como uma empresa, com diversos funcionários e que, no momento, passam por uma série dificuldades financeiras. O mundo precisa ser repensado.” (Edgard Scandurra)

35 ANOS DE ‘MUDANÇA DE COMPORTAMENTO’ EM 2020

“É um dos meus discos preferidos. Foi um trabalho que foi feito até que rapidamente, que gravamos e mixamos em uma semana no Rio de Janeiro. E, assim como esse mais recente, tem uma sonoridade ao vivo. A banda estava muito entrosada, porque houve a mudança de formação (entrada de Ricardo Gaspa e André Jung), estávamos tinindo.” (Nasi)

Mudança de Comportamento é um disco maravilhoso. A banda estava afiada e as canções são realmente muito bonitas e importantes para nossa história.” (Edgard Scandurra)

*Correiodopovo

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